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quinta-feira, julho 07, 2011

Governo e sindicatos debatem sobre qualificação profissional

Com um objetivo em comum, governo do Estado e centrais sindicais têm unido forças em favor dos trabalhadores paraenses. O empenho para garantir que os grandes projetos que serão erguidos no Pará absorvam a mão-de-obra local uniu, na tarde desta quinta-feira (7), o secretário extraordinário para Assuntos de Energia e dirigentes da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Força Sindical e Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
No centro das discussões estão as vagas que serão criadas com as obras para construção da Hidrelétrica de Belo Monte. Nicias Ribeiro, que também é coordenador do Comitê Gestor do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável (PDRS), se comprometeu a fazer um levantamento e entregar às entidades dados sobre a quantidade e quais os tipos de cargos que serão criados com o empreendimento.
“Na feita que estivermos com esses dados bem concretos, podemos formatar os projetos e ir buscar recursos para assegurar os empregos para a nossa gente”, explicou José Marcos de Lima, da CTB. Para ele, a qualificação dos trabalhadores garantirá que os paraenses possam ter acesso às riquezas do Estado.
Oportunidades – José Francisco Pereira, da UGT, contou que esteve em um frigorífico em Redenção, sul do Pará, e descobriu que 100% dos funcionários de lá não são paraenses e 50% deles nem mesmo moravam na cidade. “Não podemos ficar vendo a banda passar. Viemos aqui num grito desesperador, porque não é possível que uma região carente, um Estado carente desse, venha a perder oportunidade de emprego e renda para o trabalhador”, defendeu.
Nicias Ribeiro admitiu o problema de falta de mão-de-obra qualificada, que se arrasta há vários anos, e demonstrou o empenho do atual governo em mudar essa realidade. “Carajás tinha três mil vagas para engenheiro de minas e não havia profissionais. O Pará tem a maior província mineral do mundo e não temos engenheiro de minas na Universidade Federal do Pará (UFPA). Quando foi descoberta a mina de eldorado dos Carajás? Foi no governo João Goulart. Ela foi implantada no governo de Costa e Silva. E nós estávamos em 2005 sem engenheiro de mina”, exemplificou.
Nicias defendeu que, além de se discutir os impactos ambientais, é preciso debater também os impactos econômicos e sociais que serão provocados pela hidrelétrica. “Altamira hoje tem congestionamento de carros nas ruas. Às 10 horas da manhã não tem mais comida na feira. E a obra ainda não começou. Eu falava disso há dez anos. Meu maior trabalho era fazer palestras em tudo quanto era canto sobre o impacto econômico, porque é o maior dos impactos”, avalia.
Inclusão – O secretário pretende concluir o levantamento sobre os empregos que serão gerados por Belo Monte o mais rápido possível. “Em duas semanadas já terei esses dados concretos. Vocês estão cobertos de razão sobre a questão da qualificação”, enfatizou, lembrando que a reunião desta quinta-feira foi apenas mais uma demonstração da união que governo do Estado centrais sindicais têm firmado em favor dos trabalhadores paraenses.
Desde que começaram a dialogar com a atual gestão estadual, as entidades conseguiram garantir a nomeação de representantes para comporem três comissões de trabalho do governo. Além disso, o governo do Estado solicitará ao Ministério do Trabalho que envie mais recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para a capacitação profissional no Pará. Ele determinou, ainda, o aumento do valor previsto na Agenda Mínima do Estado para a qualificação dos trabalhadores paraenses, hoje estipulado em R$ 25 milhões.
“Se não corrermos atrás do prejuízo agora, vamos ter problemas sérios no futuro. O Estado está caminhando bem. O que estamos buscando é política macro de qualificação profissional. Vamos ter problemas por não termos tentado isso antes, mas ainda podemos avançar nisso aí”, declarou o supervisor técnico do Dieese, Roberto Sena.

Keila Ferreira – Casa Civil

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